Crônica da Poética
Outro dia comentávamos a revolução científica. Uma teoria supera outra, assim as coisas vão se movimentando. Assim foi com Platão e Aristóteles. Poderia vê-los sentados nos bancos do Restaurante Universitário, às vezes até na fila do Xerox. Até mesmo inventar que eram os irmãos-tortos da minha irmã. Usaria irmã pra vocês entenderem que estou afastada deles, enquanto personagens. Caso contrário, ressaltaria nossa fraternidade com o signo-imagem. Enquanto Platão rechaçava Doxa, Aristóteles lhe deu vida. Casal predestinado logo se reconheceu. Tiveram as Mímeses. Duas gêmeas, carne e unha. Uma importante intelectual e atriz carioca, a outra, mulher solitária de linguagem articulada. A mais nova era um pouco tímida, mas excelente aluna. Esse mundo ideal dá voltas. Uns minutos mudam tudo. Algumas vivências não precisam ser empíricas, senão baseados na experiência da criação poética. Não é necessário que seja real, sim, verossímil. O importante é perceber a construção do texto, os modos, a ...