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Mostrando postagens de 2017

O primeiro mentiroso e a proposta de um mundo sem ficção

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Se você já teve tempo livre o suficiente pra pensar como seria o mundo se não houvesse ficção, seu lugar está contado pra essa viagem! Caso contrário, veja o filme The Invention of Lying, de 2009 e vem comigo! A comédia romântica que foi ao ar em 2009 pode parecer antiga aos olhos cibernéticos que buscam por novidades a todo momento, mas a temática é bem atual e super vale a reflexão. Mark é um adulto frustrado que trabalha de roteirista em uma sociedade em que a mentira não existe. Logo, seu trabalho fica restrito à História, mais precisamente ele relata sobre os acontecimentos em um período de século. É interessante que como não há representação/mentira/ficção as propagandas são feitas sem esses recursos, por isso quando no filme, passam propagandas de TV, são sempre frias, francas e detestáveis. Nem a coca-cola se livrou dessa: No entanto, é cômico perceber como as relações sociais se estabelecem meio a esse encontro perigoso com a verdade absoluta. A Jennifer Garner faz a An...

You’ve been Gilmore!

Se você foi (pré)adolescente nos anos 2000 e passou as manhãs de sábado assistindo ao encontro dublado entre Lorelai e Rory Gilmore, no SBT, saberá do que estou falando. Caso contrário, passe aquele café fresquinho e entenda melhor sobre o que rola na produção americana Gilmore Girls! Não vou me ater aos fatos biográficos. Isto é, não é meu intuito analisar as relações entre a vida real dos atores e o contexto da narrativa audiovisual. Quero que esse seja um convite, sem spoiler, aos que nunca viram o seriado e aos que já são fãs, espero companhia pra essa viagem. A série se passa em Stars Hollow e é uma narrativa pra lá de elaborada. A solidez de seus personagens confirma uma estrutura bem inovadora enquanto proposta do gênero série. Ao que parece, um seriado comumente tem entre 45-55 falas, os diálogos de Gilmore Girls contemplam, por episódio, entre 75-85 falas. Porém, a espontaneidade na atuação garante que você nem se dê conta que o improviso não acontece quase nunca nas cenas,...

Conto de la perra loba

Minha avó nunca foi fã de cachorros, me lembro até hoje de quando ela contava uma história trágica sobre a cachorra da vizinha que um dia acordou na pá virada e lhe atacou pelas costas. A boca chegava a salivar quando ela contava, cada vez um novo detalhe, um gesto mais alto que lembrasse o ato. No fim eu sempre imaginava uma velha senhora fazendo tricô na cadeira de balanço e um cão do tamanho de um urso arrancando-lhe o cerebelo. Quando decidimos ter a Leona, além de nos comprometermos em tirar o cocô e o xixi, tivemos que pedir pra vovó a devida permissão para a circulação livre do nosso novo cachorrinho. Ela aceitou desconfiada, mas ficou feliz depois que o filhote de caramelo Labrador chegou tímido na nossa sala, ele parecia de pelúcia, até vomitar. Vômito armado, para averiguar o comprometimento dos novos donos, tenho certeza.   No início ela foi campeã no salto com sapato furado na boca e depois de muito defecar nos cantos da sala, ela aprendeu que o terraço era mais e...